terça-feira, 9 de junho de 2009

Desvelamento.


A águia pousou no cercado da imaginação.
Silênciosa observa a ribalta, com olhos
ossificados, ciente da angústia e do desprezo
pelos homens.
A águia pousou na árvore morta com corpo
de homem, deixando para traz restos de
sombra no azul cobalto da tarde.
A águia pousou no tronco morto para
apreciar a ventania dos homens coxos,
dos relogios mentais, do irmão querido,
Osvaldo em águia.
A águia pousou em oníssono no coração
lusitano do bardo.
Nua, despojada do homem, penetrando
cada centimetro no espaço das grandes
formas, conduzindo uma sinfonia de vida.
A águia pousou no interior da mente e da alma.
E em cada vão, na sangria da terra, nos riscos que
infiltrão, penetram nas fissuras pequenos
ossos e um assobiar de passáros.
O movimento acelera, no céu em caldas
acelera no céu em lama,
em lágrimas para retornar retilíneo
na águia que fixa, passiva, espera a
próxima presa.

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