As cruzadas, as guerras púnicas, as revoluções, o homem chacal do homem. O rato? Mas o homem. Poluidores, destruidores, animal sem raça. É o que levanta o ego primitivo e descobre somente o seu fracasso. O devorador e o vil metal entre a forca a lâmina e a cruz. Não nascemos fomos impulsionados para o devir. Nossa natureza é castradora, matamos nossos filhos. Estamos esperando sempre a catastrofe, matamos nossos pais. Esse é o nosso fim. Todas as fogueiras irão nos consumir, bilhões de profetas traçaram a teia, o vôo, a sombra. O mito e o místico nos conduzem para o porvir. Enquanto no final da tarde, devidamente em sangue, espero, consiente nessa vida fragil, no alpendre da minha casa, o anuncio da nossa extinção.
DEPOIMENTO: Vivemos sobre o efeito da brevidade. Ventos breves, biologias breves, mariposas das chuvas breve. Guerras breves, mazelas. Brigamos por tão pouco: dinheiro, vaidade, avareza. O que construimos entre a fraternidade é uma quintanda de verduras podre, escassa, perene. O que olhamos do mundo quase se perdem pelos desejos: tantos, constantes, insistentes. O que eu quero minha irmã é compreender o mundo, suas estações, seu pássaros, suas canções, minhas filhas, você. Essa rotina mortal que sufoca, moi a matéria, deixa sempre um gosto de solidão e desconforto na vida. Queremos construir e destruirmos. Queremos! Penso em você, penso, trafego, contorço de dor, mas sei que a cada dia milhões de andorinhas farão ninho na sua alma.